FUTSAL – Aprendendo o rodizio e fortalecendo a coletividade de forma lúdica

José Ivaldo Barbosa Junior – Professor de Educação Física no projeto “Esporte que Transforma” em Maceió.

Como de costume, antes de iniciarmos a aula fizemos uma rápida roda de conversa que serve para discutirmos sobre as atividades desenvolvidas nas aulas anteriores e fortalecer os laços amigáveis, que são essenciais para o desenvolvimento da aula de forma descontraída e proveitosa. Além de apresentarmos o que iremos trabalhar na aula do dia, neste caso, buscamos desenvolver a movimentação e coletividade de forma lúdica.

Após a roda de conversa, cada aluno, com autorização do professor, pegou uma bola de futsal e pôde brincar de forma livre durante aproximadamente cinco minutos. Esse momento serve para os alunos se tornarem mais “íntimos” da bola e brincarem de forma livre apesar do tempo curto, ele é bem aproveitado pelo grupo. Enquanto as crianças brincam de forma livre, o professor observa como eles estão se relacionando entre si e de que forma aproveitam esse tempo. Brincadeiras como a embaixadinha, chutes no gol e dribles aleatórios sem se preocuparem com eventuais erros, são as atividades mais comuns, provando que o futebol de “rua” ainda existe e está vivo.

Após esse primeiro momento, os alunos foram divididos em trios para realizarem uma das principais atividades da aula, o rodizio de posições no futsal.  O Rodízio no Futsal são movimentações e troca de posições de forma organizada e treinada, o nosso objetivo foi começarmos a cria um padrão de movimentação de forma lúdica. Considerando que isso é fundamental no desenvolvimento tático dos alunos.

Em seguida, a quadra foi dividida ao meio em duas quadras de “travinha”, que é o mesmo do “golzinho” em outras regiões do Brasil, os alunos foram divididos em quatro equipes com número igual ou semelhante de integrantes para colocarmos em pratica e em situações semelhantes as de jogo e com espaço reduzido o que trabalhamos na atividade anterior, priorizando a movimentação, a troca de passes, a improvisação de dribles e o trabalho em equipe.

 

Fechando a parte principal da aula, dividimos o grupo em duas equipes, numeramos os alunos das duas equipes, de forma que em ambas as equipes tivessem  alunos identificados com a mesma numeração. Cada equipe se posicionou atrás das balizas, uma de cada lado, e ao comando do professor, quando ele chama o(s) número(s) e coloca a bola em disputa no meio da quadra, o(s) aluno(s) identificado(s) com o(s) número(s) que o professor chamou deve(m) correr até o meio da quadra, disputar a bola com a equipe oponente e buscar finalizar em gol o mais rápido possível. Após finalizar a jogada, todos os alunos que estiverem na quadra devem retornar a posição inicial para aguardarem novo comando do professor, os alunos deram o nome de “Sou eu!” para essa atividade.

Foram chamados por vez até três alunos de cada equipe de forma simultânea para a disputa de bola, movimentação e finalização da jogada. EXEMPLO: o professor chamou os números dois, três e cinco, todos os alunos que receberam essas numerações devem buscar a posse de bola e a finalização o mais rápido possível, sempre explorando a movimentação e a coletividade. Essa foi a atividade mais festejada pelos alunos, atribuo isso aos fatores competitividade, intensidade, coletividade e as grandes possibilidades de improvisação de dribles e passes, utilizando recursos empíricos e inatos.

Por fim, as famosas e tão esperadas partidas de futsal, as equipes foram formadas aleatoriamente pelo professor, como acontece em todas as aulas, e desenvolvemos partidas rápidas de até cinco minutos de duração onde independente do resultado todos podem festejar e colocar em praticar, em situações de jogo reais, o que buscamos desenvolver durante as atividades anteriores da aula. É importante enfatizar que nosso objetivo não é desenvolver nos alunos o caráter competitivo do esporte, nosso trabalho é direcionado ao esporte educacional e a nossa meta é ensinar bem o esporte para todos e ensinar mais do que o esporte, por isso é tão importante provocar reflexões sobre situações que acontecem durante o jogo e devem ser utilizadas no contexto social, destacando a coletividade, cooperação, humildade e respeito.

Participaram da aula alunos dos 07 aos 16 anos de idade, de todas turmas de futsal do projeto “Esporte que transforma”, que são atendidos na sede do Centro de Referência Esportiva de Alagoas – O consolador, em Maceió.